segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Anjos e Demônios

Quinta, Sexta-Feira. Um sujeito aguarda outro com certa impaciência. "Atrasado de novo" pensara, mas no fundo não se importava. A única coisa que pensava no momento era a encomenda.
Após alguns desencontros conseguiram se achar. O encontro foi rápido. Aparentemente apenas uma troca de livros.
"Finalmente" pensou enquanto se dirigia com certa pressa para o curso.

Na volta para casa ele resolveu arriscar uma leve abrida no conteúdo do livro. Sua capa dizia "Anjos e Demônios" escrito em letras dourados sobre um fundo vermelho com desenho em forma de marca d'água de uma capela e esculturas. Gostara do que vira.
Abriu suas primeiras páginas. Leu sua introdução e no momento que terminou entendeu que só poderia ser interpretado ao longo do livro. Aquilo por enquanto não lhe dizia nada. Gostava daquilo.
Sentou-se no fundo do ônibus e, após certificar-se que estava sozinho, abriu o livro.Capítulo Primeiro: uma horrenda morte. Lentamente um sorriso se projetava em sua boca: um livro que começa daquele jeito dificilmente é ruim.

Nos dias que se seguiram quase não encostou no livro. O livro começava a abordar fatos científicos do qual não era bom. "Será que me enganei?" questionava-se. "Conheço um bom livro pelo seu começo, mas será...".

Resolveu se forçar a ler. E não só a ler. A entender cada coisa que vinha escrita naquelas linhas tão cheias de segredos.
Após 2 dias de tremendos esforços e dúvidas quanto à sua real qualidade, ele estacou "Entao...aquela introdução..!". Nao se enganara, afinal. Tudo o que vinha escrito no início ganhava lógica e sua mente processava todas as informações somadas com uma fúria desenfreada. Agora podia, sim, ver um real futuro naquele livro. Sentiu novamente o que sentiu quando leu o primeiro capítulo. A vontade de devorar aquele livro com os olhos tornou-se quase incontrolável. "Calma" pensou "Vamos como o Jack: Por partes e calmamente".

Quanto mais o livro se desenrolava, com mais vontade ficava de continuar lendo. Era um círculo vicioso em torno de sua mente e aquelas letras. Illuminati? Ambigrama? CERN? A introdução dizia claramente que o livro girava em torno de uma base factual. "Mas até onde será que...".

Até que então o livro parecia ter chegado em sua parte final. "Inesperado, no mínimo...". Ele sempre dizia que quando o livro era bom você só perceberia que o livro estava no final quando chega na 20 últimas páginas. Mas a não ser que as páginas fossem de papelão aquele livro não estava no fim: "Ih , caral..."

Ele conhecia bem aquela manobra. O autor faz com que sua mente gire em um a direção, mesmo que com argumentos levianos, e quando o leitor menos espera, ele lança mão de fatos desconhecidos até o momoneto e faz você pensar "Caralho!".

Após quase 100 páginas de reviravoltas e explicações o livro acabava...e ainda por cima acabava com sexo. "Um livro que começa com morte e acaba com sexo...o livro perfeito."

Estou no aguardo para devolução do livro. Mas quero dinheiro de resgate.

2 comentários:

Marazzo 10 de novembro de 2008 às 12:13  

Caramba...essa postagem foi uma das melhores que já li por aqui. Me senti como alguém que aprecia uma boa obra literária. Bela linguagem. Mantenha-se assim.

Depois eu vou ler de novo.
Escreva um livro antes que a inspiração lhe fuja.

vá !

Nessa 13 de novembro de 2008 às 15:55  

Uau.. concordo com Sr. Marazzo,ótima postagem!
Só poderia ser.. esse livro é simplesmente Fo...
ah sem palavras!
Queria um filme!!